quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Minhas companhias.

Uma garrafa de vinho barata,
Um cigarro queimando a cada tragada.
Bebo um trago do copo de vinho, dou uma tragada no meu cigarro e me sinto vivo.

A Solidão muitas vezes é melhor do que qualquer companhia.
Me faz pensar, me faz viver!
Nada de conversas curtas, papos chatos e olhares cinzas.
Medo de ficar sozinho, todos temos.
Mais o importante é ter classe para levar a vida da melhor maneira possível.

A minha vida, eu levo na bebida, no cigarro e na música.
Escrita, livros e escritores, no geral me enchem.
Mais ainda sim, noutro dia, torno a escrever.
E continuo sendo repetitivo e chato,
Talvez preciso de aplausos, talvez preciso de um tapinha nas costas;
Talvez preciso de mais uns tragos.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Nada para fazer!

O tédio domina. Nada para fazer;
Cabeça vazia, vontade de beber.
Um único pensamento, bebida!

Levanto da cama, acendo um cigarro e penso em cerveja,
Desajustado, não manipulado, egocêntrico, degenerado.
Os pés suados se mostram preocupados.
A mente em qualquer outro lugar menos onde deveria estar!
Levanto a cabeça, pigarreio, me sirvo de um drink e vou me deitar.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Dirley e o passeio no nordeste.

- Porque você precisa ser sempre um merda prepotente? - disse Rafael com aqueles olhos esbugalhados e cara sofrida.
- Vai tomar no cu seu monte de merda.
- Você é cheio dessas Marlon, arrogante, se acha melhor do que todo mundo!
- Eu não sou melhor do que todo mundo, sou melhor do que você, apenas você, seu cretino! – disse apontando o dedo indicador em direção ao seu rosto.
- Porra, vocês sempre tem que brigar, coisa chata, se for pra ser dessa forma, prefiro que vá embora da minha casa.
- Sossega seu facho Pedro, eu estou apenas expondo minhas opiniões musicais, Green Day não é uma banda decente na minha opinião. E eles fazem músicas para retardados. – teci meu comentário de forma áspera.
- Você se acha o dono da verdade e pensa que conhece todo o mundo musical. Me passa o vinho!

Passei o vinho pro Rafael, peguei um palito de dente, furei um pedaço de queijo e um de presunto cortado em cubo e levei a boca, enquanto mastigava de boca aberta olhando para ele com a fulminação no olhos.

- Estou indo embora Pedro, não da para simplesmente ter um bom papo quando o Marlon está por aqui.
- Não precisa ir embora Rafa!
- Cansei dele, só você aguenta esse sujeito.
- Já vai tarde. – disse levantando as mãos para o céu em sinal de louvor.
- Quem vai embora é você Marlon, o Rafael fica!
- Sem problemas, fiquem ai e se chupem. Estou pouco me fodendo para vocês seus bostas.

Peguei minha jaqueta, tirei meu iPod do dock station, o silencio tomou conta da sala, ficamos nos olhando brevemente, virei as costas fui a cozinha, peguei duas latas de cerveja, coloquei uma no bolso, e abri a outra, dei uma boa talagada. O silencio continuava a reinar, olhei para os dois, dei mais um gole na minha cerveja. Mostrei o dedo do meio, fui em direção a porta, abri e sai, deixei a porta aberta e matei a cerveja, joguei a lata para dentro do elevador. Chamei o elevador, esperei um pouco, fiz um esforço para tentar ouvir algo lá dentro porem o silencio continuava a reinar. O elevador chegou, abri a porta e entrei, apertei o térreo e desci, na rua abri a outra lata, acendi um cigarro e fui até a estação mais próxima.
Peguei o metro na estação São Judas, rumei para o Paraíso pensando no que faria, tinha algum dinheiro, alguma coisa eu faria, coloquei o fone de ouvido e comecei a escutar Wolfmother.
Cheguei ao meu destino, ainda não sabia ao certo o que fazer, desliguei o meu iPhone e sai em direção a Rua Domingos de Moraes, na esquina da Eça de Queiroz tinha um bar aberto, tocando musicas bregas nordestinas, me encostei no balcão.

- Me da uma Skol.
- Tem que pagar primeiro xodó.

Odeio quando esses caras me chamam dessa forma, peguei minha carteira, tirei uma nota de dez e entreguei pra ele.
Ele me trouxe uma garrafa de Skol e duas notas de dois reais bastantes sofridas, me servi e fiquei olhando para a cara dos pobres coitados que estavam naquele bar, calças cheias de bolsos, camisetas floridas, orelhas de abano, brincos dourados, luzes nos cabelos, eles eram muito feios, aquilo me constrangeu. Era um bar tipicamente nordestino, com músicas ruins, garçons com cabeças chatas e pratos típicos que fedem a merda de bode. Dei risada, da casa do Pedro para aquela espelunca, que extremo desagradável, e tudo culpa daquele verme do Rafael
Tomei mais um gole da minha cerveja, desceu bem, um cheiro doce passou ao meu lado, cheiro de perfume de prostituta barata. era uma garota muito gostosa, rebolava o traseiro de forma magica, tinha os cabelos lisos e bem pretos até a cintura, usava um vestido vermelho e salto alto, e sabia muito bem rebolar aquele traseiro. Olhei, foi inevitável, não consegui disfarçar. Ela foi ao guichê de cigarros, comprou um maço de Dallas e voltou, andando em minha direção, fiquei olhando em seus olhos, era bonita a filha de uma quenga. Ela passou por mim e eu acabei pensando alto.

- Babe, você é muito boa.

Ela me olhou, me mediu de cima a baixo e me fulminou com os olhos. De certo não gostou de mim, eu sorri enquanto ela ainda me olhava e dei uma piscada.
Ela foi correndo para um lado do bar que eu não conseguia visualizar, aquilo me botou medo, se ela fosse chamar alguém eu poderia me foder, eu olhava para a frente e só via homens de um metro e meio, e me sentia bem forte, mas já havia ouvido muita coisa sobre como eles riscam suas facas em barrigas de pessoas honestas e boas como eu. Virei minha cerveja o mais rápido possível, não iria ficar ali para descobrir nada, assim que tomei o ultimo gole de cerveja do meu copo e me senti aliviado por poder ir embora ouvi uma voz horrível as minhas costas, um sotaque de merda.

- Dirley, foi esse homi que se ingraço para cima deu.

Me virei, e vi o Dirley, um rapazote de quase dois metros, forte, bem branco, com os cabelos pretos penteados para trás, uma camisa de linho, calca social e sapato, um belo pedaço de carne que me amedrontou com os olhos verdes frios que me lembrava a morte.

- Ai rapaiz, você si engraçou com a muié errada. disse o belo pedaço de carne com uma voz fina e sofrida.
- Me desculpe Dirley, não sabia que... - tomei um tapa no ouvido direito, meu pescoço foi jogado para o lado como se fosse papel,  senti a quentura no rosto e um zumbido começou a ecoar no meu ouvido, antes de pensar em qualquer coisa, tomei outro do mesmo lado, dessa vez me desequilibrei e cai, pensei que meu pescoço iria quebrar e cai feito uma laranja cai da gondola do supermercado.

- Issu amo, bati nele.
Aquela vadia continuava a incitar para que o belo pedaço de carne continuasse a me demolir, já não bastava ter me deletado para ele, já não bastava os dois tapas na cara. Tomei um chute na cara com o bico daquele sapato, senti minha boca estourar, o gosto de sangue foi imediato, me senti tonto e quase desmaiei.

- Chega Dirley, isso vai dar sujeira pro meu bar, joga esse bosta lá pra fora e mande ele ir embora.

A voz do que eu presumi ser o dono do bar me soou doce só de ter ouvido a palavra "chega". Senti dois homens me levantar, eles me jogaram em cima de uma banca de jornal que tinha ao lado do bar, minha testa bateu na porta da banca com muita força. Fiquei alguns minutos deitado, pensava que devia ter sido mais educado com o Rafael na casa do Pedro, estaria nesse momento, seguro, quentinho e bêbado e o mais importante, inteiro.

Levantei, cai para trás e bati as costas na banca, senti um fisgar em todo o corpo, quase desmaiei, sai andando em direção a Ana Rosa, nem reparei se alguém me olhava do bar, só queria chegar em casa logo. O caminho que era curto parecia uma eternidade, finalmente cheguei ao meu prédio, acenei para o porteiro e entrei. Chamei o elevador, abri a porta, entrei, apertei o botão de quarto andar, subi, cheguei, abri a porta, desci, abri a porta do meu apartamento, fechei, fui para o banheiro, minha cara estava destruída, estava roxo, com os lábios estourados, olhei meus dentes, estavam lá, sorri de leve, lavei a boca, uma lagrima escorreu do meu olho, doía muito. Tirei a blusa a camiseta, fui a geladeira, peguei a garrada de vodca no congelador, fiz uma baita dose, virei tudo, fui para o sofá, liguei a TV, estava passando um programa de entrevistas e variedades de merda, assisti até pegar no sono. Aquela noite sonhei que estava passeando no nordeste.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Ressaca


Abri os olhos, respirei, a falta de ar tomava conta de mim, senti meu peito completamente cheio de catarro, meus pulmões pareciam muito mais com o chiar de uma rádio em troca de estação, estava suado, expelindo todo o álcool e nicotina do meu corpo, meu lençol estava úmido. Uma luz fraca passava por uma fresta da janela que eu não havia fechado direito de noite, tentei levantar, senti tontura e um enjôo muito forte, o vômito subiu até minha boca, fui forte e engoli tudo de volta, senti que o cheiro da minha boca estava uma catástrofe, fedia a cu de mendigo, era sofrível a sensação, consegui com muito esforço levantar, estava apenas de cueca, acendi um cigarro, dei a primeira tragada e tossi como se estive morrendo. – “Em nome de Deus eu estava completamente fodido” – pensei. Corri para o banheiro, levantei a tampa e vomitei, vomitei muito, eu sentia contrações horrendas na barriga, acho que aquela dor foi o mais próximo que já cheguei da morte em toda a minha vida. Terminei, dei descarga, abaixei a tampa da latrina, acendi a luz, abri a torneira, peguei a pasta, peguei a escova, escovei os dentes, fechei a torneira, sequei o rosto, apaguei a luz, dei um peido, sai e fechei a porta. Fui para sala, acendi outro cigarro, o outro havia sido deixado no cinzeiro quando fui vomitar e havia sido consumido pelo tempo gasto no banheiro. Expeli a fumaça azulada do meu Lucky Strike Click Roll, me senti vivo. Fui até a cozinha, tomei quase 1 litro de água numa única talagada, a ressaca estava pesada aquele dia, nem ao menos me lembrava como havia conseguido chegar em casa, como sempre, os DEUSES sabem o que fazem e colocam os pobres diabos sofridos e proletários em sua cama depois de algumas bebidinhas. Pois bem, notei 4 latinhas de Itaipava na geladeira, peguei uma, abri dei uma boa talagada, soltei um peido e disse amém.

quarta-feira, 28 de março de 2012

TEASER

Eu estava diferente, bastante diferente, estava em um emprego já fazia um e pouco, estava me dando bem, era adorado pelos meus superiores e amado pelos meus colaboradores, estava com tudo, nem sombra daquele bêbado inconsequente que fodia tudo que colocava as mãos.  “estou ficando velho e criando o juízo que sempre me disseram que existia” eu sempre pensava. Tinha medo de dê repente voltar a ser aquele bêbado inconsequente e bagunçado, realmente estava diferente, a vida tinha me ensinado algo, tinha passado maus bocados nos últimos tempos, tinha um emprego que me pagava extremamente bem, mas as bebidas e as mulheres haviam arruinado tudo, eu chegava sempre bêbado e atrasado, cheirando a álcool e nicotina, tinha o hálito de conhaque todas as manhãs, e aquilo me arruinou ao ponto de eu mandar meu patrão enfiar o emprego no rabo. Tive a sensação de ter FINALMENTE UM POUCO DE LIBERDADE. Porem foi uma liberdade falsa, uma liberdade que me afogou que espremeu meus culhões. Perdi tudo, morava sozinho, tinha dinheiro, bebidas e mulheres, de uma hora pra outra, passei fome, não tinha bebidas, cigarros, e sexo muito menos. Um cara pra ter sexo precisa de o mínimo de dinheiro, pra fazer uma social, bebericar uns drinks e confraternizar com o mundo. Vendi meus discos, meus livros, e tive que voltar pra casa da minha mãe, em Itapevi, vi tudo arruinado, fiquei macambúzio a beça, e demorei a me reerguer, agora que havia conseguido estava finalmente dando valor a algo, estava me empenhando e sonhando com coisas. Havia finalmente voltado a morar sozinho, estava agora morando em Osasco, próximo a estação de trem, então tinha ainda facilidades, não era uma Vila Mariana, perto de tudo, não era lá grandes coisas, mas finalmente estava sozinho de verdade, trabalhava de segunda a sábado, saia de noite, voltava domingo de manhã pra casa, lavava roupas, e descansava tomando umas cervejinhas bem de leve e ouvindo um som de leve, às vezes pintava uma mulher, mas coisa de leve, bem de leve mesmo.
Era sexta, havia trabalhado duro o dia todo, naquele sábado estaria de folga. Sai do trabalho no horário, peguei o trem da linha diamante e fui pra casa. Parei no mercado, peguei uma caixa de cerveja e uma garrafa de vinho, coisa leve, queria relaxar, o trabalho me sugava muito mais do que eu tinha a oferecer, mas eu estava numa boa, estava “de bem com a vida” como dizem. Havia me tornado melhor, estava finalmente na linha, isso me preocupava...
Cheguei finalmente em casa, depois de um longo dia de proletário sofrido. Peguei as latas de cerveja, molhei e coloquei meia dúzia no congelador, o restante ficou na geladeira juntamente com o vinho, tirei minha roupa joguei na lavanderia e fui pra sala, encaixei meu iPod na caixa de som e busquei Motorhead, aquele havia sido um dia difícil, precisa de algo forte, de cuecas fui para o banheiro, dei uma cagada, limpei meu rabo e fui pro chuveiro, aquele banho estava me tornando uns 5 anos mais jovem!