terça-feira, 25 de novembro de 2008

Um peido para quem está cagado!

Puxei mais uma boa tragada daquele L&M vermelho , soltei um peido e virei mais um gole do meu Cynar, que na verdade não desce macio porra nenhuma.


Porra como está quente esse inverno – Eu disse ao dono do bar tentando puxar assunto.

O dono do bar só me lançou um olhar seco e sem brilho que mais parecia o olho de um defunto do que de uma pessoa, às sobrancelhas grandes se arquearam franzio o cenho puxou um pigarro com toda força que tinha naquele corpo descomunal e cuspiu na pia que estava lavando os copos, não me disse nem uma palavra, eu já devia estar acostumado com isso, pois toda a vez que falava com ele nunca tinha resposta ele apenas me olhava com aquele olhinhos pequenos e fundos.

Levantei da cadeira puxei algumas notas amassadas e rasgadas e disse:

-Bigode, o papo tá bom mais quanto deu a minha?

Ele fez um gesto com os dedos que minha conta havia dado 7 pratas. Paguei a conta, lancei o meu cigarro longe, e fui em direção a porta naquela noite quente e cheia de estrelas, vi duas crianças passando com seus pais e que não paravam de falar um só segundo, tagarelavam gesticulavam, porra às crianças são tão inocentes, eu já havia perdido a minha inocência desde que tinha uns 6 anos de idade, quando pegava meu pai quase todos os dias comendo a empregada pelos cantos da casa, e minha mãe vivia a chorar, pois bem voltando ao assunto (me desvio do assunto principal com freqüência) peguei mais um cigarro de uma maço bastante sofrido amassado e sujo e acendi lentamente fazendo com que a fumaça se espalha-se na minha frente, atravessei a rua olhando uma mulher alta vindo em minha direção no sentido oposto, tinha pernas e seios sensacionais, quando passou olhei para trás e seu traseiro era magnífico, o rebolar era lindo, o vaivém excitante ao extremo, fiquei louco e babando, mas como tudo na vida passa ela passou com seu vestido verde oliva colado, queria possuir aquela mulher naquele momento, mas estava começando a ter um principio de dor de barriga, pode ter certeza que a dor estava maior que o meu pênis e muito maior que o meu tesão. Infelizmente tinha que seguir em frente e segui. Como podem às mulheres serem tão sensacionais, bundas peitos coxas e batata das pernas e roupas coladas. "se não tivesse com tanta dor de barriga estupraria essa garota" pensei com um sorriso de escárnio nos cantos dos lábios.

Fui andando para o meu quarto na região do Bom Retiro, andei pela Alameda Nothmann, passei por baixo dos trilhos dos trens seguindo pela Rua Silva Pinto, estava chegando, finalmente quando a barriga já dava claros sinais de destruição interna, cheguei ao prédio em que morava, subi desviando dos Bolivianos com caras de índios e cabelos estranhos que se encontravam parados na escada fumando seus cigarros enquanto suas mulheres, mães e filhas estavam indo dormir para poder ir trabalhar em oficinas de costura na manhã seguinte. Subi a escada correndo em meio a peidos e uma dor abdominal muito grande, trancava às pernas, mas os peidos continuavam a fugir pelo meu cú, o barulho de Titanic afundando era muito alto e o suor gotejava de minha cabeça, estava entrando em desespero total, assim que consegui abrir a porta do quarto ( saiba que é muito difícil achar a chave em meio a um monte de merda espalhado em seu intestino), mas um peido fugiu e foi fatal, senti a merda deslizando sobre a minha perna e o cheiro ruim subindo.

-Diaaabos – praguejei.

Fiz cara de choro, tentei andar com às pernas fechadas e pressionando a bunda mas não havia jeito, já havia me cagado todo, cheguei ao banheiro sem muita pressa abaixei às calças, a cueca já havia se transformado em uma pasta de merda e caguei o pouco que sobrará já bastante desanimado, levantei para limpar a bunda e só tinha um pedaço pequeno de papel higiênico, ri, enrolei o pedaço com cuidado e passei na bunda, quando olhei o papel (sempre olho para ver se já estou limpo) vi que minha mão saiu besuntada com bosta, fiquei vermelho, roxo, gritei, dei risada. Praguejei até a última geração de Minha família. Abri o chuveiro e entrei, o jeito era limpar o cú debaixo d’água, deixei a água quente cair sobre mim, lavei a bunda às costas e peguei o xampoo, passei na cabeça e acreditem acabou a energia (acreditem tem dias em que quando vc pensa que tudo deu errado, você errou da para acontecer mais merda). ---

- hihihihi. Gargalhei enquanto terminava meu banho debaixo da água gelada, sai do chuveiro, me sequei e a luz voltou.

-hihihihihihihi. Realmente não é meu dia disse em voz alta enquanto saia do banheiro, fui até o quarto e peguei uma cueca. A vontade de beber começou a bater, fui até a geladeira já levando um cigarro até minha boca e o acendendo e peguei uma latinha de cerveja, fui para sala sentei em minha cadeira velha só de cueca (detalhe com um rombo na bunda) e peguei um jornal a procura de algum emprego, estava com esse mês de aluguel pago porem com às contas muito atrasadas, já pensando a tortura que seria voltar a trabalhar. Meu telefone tocou, atendi:

- Alô!- É o Lucio!

- Grande MERDA. Hihihi.

- E ai Marlon seu vagabundo, surgiu uma vaga ai de 3 semanas, para limpeza de um conjunto de escritórios aqui na Paulista, tá afim?

- Fazer o que tenho um aluguel para pagar e um rim para sustentar. Hihihi (estava bastante engraçadinho).

- Vem então amanhã, é das 23:00 às 08:00 horas.

- OK.

- Não se atrase cara, eles são bem rígidos com isso.

- Tá bom, tá bom, pode deixar serei bastante responsável.

-Ótimo, então amanhã às 23:00 OK?!

-Passar bem boneca!

Desliguei, sentei no sofá velho e esburacado, virei um trago e peidei com um pouco de receio de cagar no sofá, o cheiro acre de enxofre subiu e impreguinou o ambiente, meu Deus como pode ser um peido tão fedido, pensei em como às coisas podem ir de um extremo ao outro em algumas horas, primeiro me caguei e tomei banho gelado, e depois arrumei um serviço de 3 semanas para pagar meu aluguel e alimentar meu rim. Virei o restante da cerveja em uma única talagada fui a cozinha peguei mais uma latinha e me servi de uma dose de Vodca (muito vagabunda é claro), sentei novamente no sofá liguei o rádio e começei a ouvir uma canção do AC-DC, a letra da música encheu todo o ambiente.

I'm on the highway to hell I'm a highway to hell Highway to hell I'm on the highway to hell. No stop signs, speedin' limit Nobody's gonna slow me down Like a wheel, gonna spin it Nobody's gonna mess me 'round Hey Satan! Paid my dues. Playin' in a rockin' band Hey Mama! Look at me I'm on my way to the promise land.

Estrada para o inferno, tem a ver total com a minha vidinha cretina.

Olhei o relógio e marcavam 00:37, não tinha mulher, às vezes é melhor não ter mesmo, menos dor de cabeça, mas dar uma aquela noite seria bacana, virei minha vodca em uma única talagada, levantei fui à cozinha abri a geladeira para pegar mais uma cervejinha, e mais uma grande sorte da noite só havia mais uma lata, a vodca secará, diabos aquela iria ser uma noite bem comprida e eu nem bebida tinha mais, fechei a cara, abri minha última cerveja bebi até a última gota da lata deitei no sofá fiquei olhando para o teto e soltei um peido.

"esse foi bem quentinho" - pensei rindo baixinho. Peguei o cobertor cobri a cabeça e fiquei cheirando o peido até pegar no sono.

Amanhã será um outro dia como já disse algum estúpido.