sábado, 30 de outubro de 2010

Dor de barriga e boa música.

Tudo começou naquela tarde em que lia Norman Mailer no sofá da minha sala com trilha sonora do maior gênio musical que existe (exagero meu, às vezes sou exagerado mesmo), o garboso Frank Sinatra. Ao fundo o som de The girl from Ipanema num dos duetos mais geniais que eu já houve na história musical (olha eu exagerando de novo), Sinatra e Jobim, na verdade acho que é o segundo melhor dueto que já houve na música (percebem, mais uma vez hehe), só atrás de David Bowie e Fred Mercury em Under Pressure...

Tall and tan and young and lovely
The girl from Ipanema goes walking
And when she passes, each one she passes goes "a-a-ah!"
When she walks she's like a samba that
Swings so cool and sways so gentle,
That when she passes, each one she passes goes "a-a-ah!"

Senti uma dor abdominal insuportável, o barulho de Titanic afundando, soltei um peido de leve. – Jesus que cheiro de enxofre é esse. – Me senti em uma área vulcânica ou até mesmo na hipótese mais sonhadora, morto e no inferno, o cheiro era insuportável até mesmo para mim, que era o dono daquela flatulência. Estava claro que estava com uma destruição interna horripilante. - Talvez meu apêndice tenha estourado e tenha fezes por todo o meu organismo, mas isso não é possível, operei de apêndice há uns bons quinze anos, no mínimo. Levantei e fui dar uma cagada, sentei no meu vasinho e comecei a minha jornada, ao fundo a música já havia mudado, tocava agora Theme from New York, New York.

Start spreading the news
I'm leaving today
I want to be a part of it
New York, New York
These vagabond shoes
Are longing to stray
Right through the very heart of it
New York, New York

Terminei depois de alguns minutos, fiquei sentado mais um algum tempo pensando na minha vida, pensando em como a maioria das pessoas no mundo já estavam mortas, os sintomas de que uma pessoa já está morta são claros, olhos sem brilho, cabeça abaixada, sorriso para coisas estúpidas, cobiça ganância, e geralmente o único desejo dessas pessoas e conseguir guardar o máximo de dinheiro possível, ou no pior dos casos doarem malditos dez por cento de tudo que ganham para alguma igreja inescrupulosa e que irá lhe sugar todo o culhão dizendo o que você deve ou não fazer na sua maldita existência. Veja bem, não sou contra religião, igrejas nem nada do tipo, somente acho ridículo, um homem que peca tanto (ou mais na maioria das vezes, pois são hipócritas) quanto qualquer outro sujeito impor regras em nome de um Deus... Eu sou vivo, e bem na verdade conheço poucos que são vivos, aproveito, bebo, trepo, escrevo, ouço Marvin Gaye , trepo novamente com alguma sorte e jamais, jamais mesmo olho para os lados quando estou na rua, isso pode me consumir energia, pode derrubar qualquer cara vivo, e te transformar em mais um morto vivo das metrópoles, já pensei muitas vezes em me mudar para o interior, viver uma vida tranqüila, ter um trabalho digno, arrumar alguma boa mulher e ter três filhos sapecas, mas infelizmente o celular já chegou ao interior, haveriam ligações, algumas amigas minhas, que estão no meio termo entre a vida e a morte, sempre me perguntam porque esse meu preconceito com às pessoas, sempre respondo que nada tenho contra às pessoas, o problema é que quando passo tempo demais ao lado de um morto fico deprimido e não consigo escrever durante dias e dias, não como, não trepo, não bebo, ou seja, acabo quase entrando no mundo dos mortos, pensando em guardar dinheiro, em comprar coisas caras, em diminuir com o cigarro e às bebidas, diabos não sou o dono da verdade, não quero e nem muito menos tenho a pretensão de dar conselhos há quem quer que seja, mas porra, são os excessos que me mantém vivo. Limpei meu traseiro e resolvi tomar um banho, tomei uma ducha rápida, não tinha nada programado para aquela noite de verão de sábado, tinha um espelho enorme no meu banheiro, me olhei nu enquanto me secava, vi que estava acabado, minha barriga havia crescido muito nos últimos meses, estava com a barba rala e triste de uns dez dias, minhas unhas sem cortar, estava sofrido, mas ainda sim vivo. – Vou fazer dieta e cortar as unhas, a barba deixa crescer livremente. – Meus cabelos estavam sem corte, terminei de me secar e fui para o quarto colocar uma roupa, passei antitranspirante, vesti uma samba canção furada, um Black Jeans desbotado e fui procurar uma camiseta, se tem algo que me dou ao luxo de comprar sempre, é camiseta, minhas cuecas, meias e calças estão em sua grande maioria furadas velhas, não que às camisetas não estejam, porem sempre compro camisetas, acho algo agradável usar uma camiseta de uma de minhas bandas favoritas ou Hering simples sem estampa, mas enfim vesti uma camiseta branca do Black Flag e fiquei de chinelo de dedos, bastante agradável ficar tranqüilo em casa, sozinho, sem pentelhação, sem obrigação nenhuma com ninguém, estava velho demais para qualquer tipo de saída, estava cansado de muitas coisas, estava envelhecendo, e quando se envelhece, se cansa do mundo, meus cabelos, estavam estranhos, percebia um sinal de calvície às vezes quando me olhava no espelho, coloquei Elton John para tocar, a música era Skyline Pigeon, sempre me emociono como uma menina quando tem a primeira menstruação quando escuto essa música, tirei minhas calças e resolvi ficar só de cueca, deitei no sofá escutando a música e tentando não pensar em nada, dei um peido, levantei correndo e fui para o banheiro, havia me cagado. – Diabos, o cheiro ta uma droga de agüentar.

Let me wake up in the morning
To the smell of new mown hay
To laugh and cry, to live and die
In the brightness of my Day

Caguei bastante, só liquido, o cheiro estava complicado de agüentar, a dor de barriga causada por uma noite de vodca, wisks e cervejinhas sempre me fode, prometi nunca mais beber na vida, mas sempre faço essa promessa, nunca cumpro, é igual a promessa de fim de ano, sempre prometo diminuir os excessos, mas nunca cumpro com minha palavra, sou um fiasco com promessas, dei um peido, e caguei mais um pouco, meu cu já estava começando a doer, mas eu tinha Elton John, bebidas e minha própria companhia, não precisava de mais nada no mundo, sou um cara de sorte. Que Deus seja louvado, Amém.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Drinks, uma boa foda e uma assadura fodida.

Mais um dia frio em São Paulo, cheguei do trabalho de manhã cedo, estava exausto, com os culhões sofridos, virilha assada e tudo mais, mas não conseguia dormir de maneira alguma, resolvi tomar um banho para relaxar meu corpo de proletário sofrido deixando a água cair na virilha durante algum tempo, à água fria caia no meio das minhas pernas e a dor de uma assadura queimada e sofrida ia aos poucos sendo amenizada, praguejava contra todo o mundo e principalmente contra minha estupidez de ter comprado aquela cueca maldita que me havia fudido as coxas. Fechei a torneira do chuveiro e fui romper todo o resto da minha dignidade, ainda nu, abri o armário do banheiro peguei pomada de assadura, coloquei umas das minhas pernas em cima do vaso sanitário e a outra em posição comum para uma pessoa de pé, olhei para trás e pude deslumbrar meu cu e minhas bolas através do espelho, dei um sorriso de extremo desconforto pela situação e besuntei minhas mãos com hipoglós e lubrifiquei minha virilha sentindo um alivio imediato, quase gozei quanto terminei de passar à boa e velha pomada de assadura, sai do banheiro nu em direção ao quarto, andando com certa dificuldade e com as pernas mais abertas possíveis, pois cada vez que minhas coxas se encostavam sentia como se estivesse pegando fogo, andei parecendo até um compasso aberto em um ângulo de 180 graus de tão abertas que estavam minhas pernas, vesti uma bermuda velha de futebol sem cuecas deixando às bolas livres e andei com as pernas mais abertas possíveis em direção a cozinha. “Pela graça de Deus que melhore rápido” – eu pensei totalmente desanimado e desconfortável com a situação e com medo de que não ficasse recuperado da assadura até a noite. Peguei a garrafa de conhaque em cima do armário da cozinha e preparei um drink com mel e limão, tomei meu drink em uma única talagada e fui para sala, acendi meu Lucky Strike deitei no sofá com às pernas jogadas igual ao de uma mulher no ginecologista, dei uma tragada e apoiei o cigarro no cinzeiro, creio que dormi pois depois desse momento não me lembro de nada.


Acordei assustado, suando feito um porco na brasa num dia quente de verão, não me lembro se tive um pesadelo ou algo parecido, levantei e constatei que minha virilha já estava quase nova em folha, acendi um cigarro e fumei olhando a vista do meu apartamento na nove de julho, tudo estava escuro, já era noite, havia dormido por toda à tarde, e com a graça do Deus pai todo poderoso, aquela madrugada estava de folga, iria beber algo em algum boteco sujo do centro, algum maldito risca faca ou boteco GLS. Joguei a bituca pela janela, morava no quarto andar e fiquei olhando a ponta em brasa caindo em círculos na avenida movimentada, puxei uma bela catarrada e cuspi, percebi algo estranho, o cuspi parecia ter saído vermelho, resolvi não cuspir novamente para não constatar que estava expelindo sangue pela boca. Acendi a luz da sala e liguei a televisão, estava passando um programa sobre tragédias, e uma noticia sobre um homem louco católico que assassinou algumas pessoas que passavam em frente a uma igreja na zona sul de São Paulo me chamou a atenção, algumas testemunhas afirmavam que o homem falava sozinho e dizia ouvir vozes do Espírito Santo, da Virgem Maria ou algo do tipo, e que todos que passassem em frente à igreja e não fizessem o símbolo da cruz ele matava. – hihihi esse mundo esta enlouquecendo, malditos sejam esses fanáticos religiosos, vezes dez. Meu telefone tocou.

- Ei Marlon, é o Samuel cê tá de boa.

- Sim estou o que ta rolando?

- Nossa que barulho é esse?

- Estou vendo tragédias na Record em volume alto, meu iPod está me deixando surdo.

- Eu sou feliz por ser católico man, sai dessa vida credo, escuta música diabos, vendo essas porcarias.

- Vai tomar no seu cu, eu te ligo para dar palpite no que você deve ou não fazer seu bosta!

- Ei cara calma ai, sou eu, relaxa man.

- Vai se fuder, enfia sua calma bem no meio do cu, não pense que está falando com uma das suas vadias, sou um sujeito decente.

- Ta bom, ta bom, deixa eu te falar o motivo da minha ligação.

- Prossiga então boneca, mas vá com calma!

- Então meu bom homem, estou pensando em ir para o seu apartamento, vou chamar o pessoal para colar ai, levaremos bebidas e fumo. Ou você vem para cá, e podemos beber aqui.

-Nem no melhor dos seus sonhos eu me atreveria a sair de casa paizinho e outra, você mora com os teus avôs.

- Mas eles são bem bacanas.

- Essa não é a questão!

- Ok. Então irei para tua casa.

- Tem a ver manzote, te espero então seu maldito e traz VODCA.

- Beleza man, levarei.

Fui para a cozinha pegar uma cerveja, abri dei uma boa talagada e voltei para meu sofá para assistir tragédias, meu telefone tocou novamente.

-Alo.

- Oi Gracinha.

- Oi Angélica tudo bem coração?

- Tudo sim, o Samuca me mandou uma mensagem falando que vai rolar drinks na sua casa hoje. É vero amoré?

- Sim baby, vem pra cá. Você está em Sampa?

- Sim sim, estou na casa de uma amiga aqui em Osasco.

- Ótimo, vem pra cá então baby.

- Ok, vou levar minha amiga pode ser?

- Mas é claro que sim dona, trás que vai nos deixar felizes feitos cachorros babando em frango de padaria.

- Hahaha, então tá gracinha, eu e a Bia vamos tomar banho e já já saímos.

- Juntas?

- Hahaha hoje não.

- Então vocês tomam?

- Até mais tarde amoré.

- Inté, beijos.

- Beijão.

Angélica era uma garota que havia conhecido na internet, ela era de Santos, curtia um rock e começamos a conversar. Fiquei completamente deslumbrado por aquela garota que tinha tantos conhecimentos musicais, tínhamos muitas afinidades em relação a bandas e bebidas, porem quando saímos pela primeira vez percebi que haveria um grande problema em caso de haver um futuro relacionamento, ela conhecia muito mais de música do que eu e era muito mais louca também, e Sid e Nancy jamais nos perdoariam por plagiarmos o relacionamento deles, por Deus se eu ficasse com ela ou eu morreria, ou há mataria ou os dois iriam morrer. Mas enfim, era uma grande amiga, fã dos meus textos, ria das minhas piadas, tinha pernas extremamente atraentes era alta e bonita e com o passar do tempo havíamos desenvolvido algo melhor que um relacionamento, ela havia se tornado uma amiga colorida das melhores que eu já pensara em ter.

Parei de viajar em meus pensamentos e voltei o olhar para a televisão, às tragédias haviam acabado e começara algum programa idiota, diabos, me levantei e fui fumar um cigarro na janela, fiquei olhando para as pessoas e soltando minha boa e velha fumaça do meu tabaco tostado, às pessoas passavam e me deprimiam, não é que não gosto das pessoas, mas de algumas prefiro distância, algumas pessoas tem medo de mais de viver, outras tem ambição de mais e passam por cima de tudo e todos para chegarem onde desejam ou ter coisas que desejam, eu sempre tomei no cu por não ter ambição, para eu ser feliz, dinheiro significa pagar minha cerveja, meu cigarro e manter meu apartamento, tenho 26 anos, nunca tive carro, nem acho que preciso de um, ganho bem hoje, num emprego que não me faz feliz, mas que mantenho devido às minhas contas, mas não vejo necessidade em me meter numa divida de 48 meses só para poder evitar o transporte publico, algumas pessoas dizem que eu pegaria mais mulher se tivesse carro, pode até ser verdade, ou melhor, com certeza é verdade, mas eu não quero pegar mais mulheres, mulher acarreta dor de cabeça, e eu odeio ter dores de cabeça.

A campainha tocou, levantei minha bunda sofrida do sofá e atendi a porta.

- Samuel seu bosta, demorou heim seu pederasta de merda.

- Hahaha e ai Marlon. – ele entrou e me abraçou. – Essa é a Fernandinha, Fernandinha esse é o Marlon meu amigo escritor e bêbado que te falei.

- Oi. - eu disse.

- Oi. – Ela respondeu, me abraçando e dando um beijo no meu rosto. Seu perfume era uma delicia doce feito mil invernos. Tinha cabelos castanhos claros compridos e enrolados, estava de óculos e usava um jeans surrado uma regata branca do Stooges, All Star vermelho e jaqueta jeans preta, enfim era muito atraente. Os convidei para entrar.

- Cadê a Vodca seu vagabundo?

- Em cima do sofá, trouxemos duas garrafas de Smirnoff e algumas latas de energético, pensei em trazer cervejinhas, mas sei que você é cervejeiro, e que é mais provável que você não tenha arroz, nem nenhum tipo de comida, mas que cerveja sua geladeira deve estar cheia até o talo.

- É, mas de qualquer forma, temos poucas cervejas, mas vão joguem suas malditas bolsas em algum lugar e se acomodem.

- Ei cara, como está à vida, soube que você está solteiro.

- Você ta querendo dar a bunda pra mim, hahaha é estou solteiro, trabalhando feito um porco na brasa e escrevendo feito um cão do mato.

- Hihihihi, você é engraçado. – Me disse Fernandinha.

- Baby, não sou engraçado eu sou um gênio. - Disse com um ar de sabedoria milenar.

- Hihihihihi.

- Podemos fumar um baseado? Me perguntou Samuel.

- Porra man, baseado é droga de retardado.

- Todas às drogas são de retardado cara.

- Pura besteira.

- Besteira o caralho.

- Como é filho da puta, se você der uma de esperto de novo eu te expulso da minha casa com socos desgraçado, já te falei hoje por telefone para você não falar comigo que nem fala com as suas vadias.

- Você está muito agressivo cara, relaxa, precisa fumar um baseadinho.

- Vamos fumar no narguile.

- Você tem um narguile?

- Não, seu filho da puta, vou fingir com uma garrafa de cerveja, é claro que tenho... – A Campainha tocou, interrompi minha conclusão de grosseria e fui atender a porta.

- Marlon!

- Pedro meu jovem, entre maldito.

- Trouxe cervejas.

- Louvado seja teu nome hahaha.

- Fala Samuel.

- Pedro seu sujo maldito, como está sua irmã?

- Provavelmente dando dedada no seu pai aquele desgraçado hahaha.

- Pedro essa aqui é uma amiga minha a Fernanda.

- Oi Fernanda. Pedro se abaixou para beija-lá.

- Oi Pedro, prazer. Correspondendo ao cumprimento.

Peguei meu iPod e conectei com minhas caixas de som, passei por inúmeros álbuns clássicos, coloquei para tocar um álbum que estava escutando muito nos últimos meses, Little Joy, e logo começou The Next Time Around.

- Caralho Marlon! Que som do caralho é esse? Muito foda cara! Falou Samuel com os olhos brilhando.

- Little Joy, Banda do Amarante do Los Hermanos com o Morreti Batera do Strokes e a mina dele, bom pra caralho, porra pensei que você conhecia, o disco é de 2008.

- Porra man, não manjava, muito bom. Qual o nome dessa música?

- The Next Time Around, o disco é do caralho!

- Man, tem mo levada boa, deve ser uma delicia para trepar.

- Hahaha. – riu Fernanda. Toda boa música serve para trepar meninos.

- Essa serviria para treparmos? Perguntou Pedro.

- Com você, nenhuma serviria.

- hahahahahahaha. Se fodeu seu merda, haha.

Todos rimos e bebemos e cantamos e discutimos política, religião, música, sexo e vários assuntos, há certa altura já estávamos todos alterados e bastante simpáticos devidos aos drinks com vodca e run, às cervejas e a erva fumada no narguile com vodca ao invés de água. O interfone tocou, levantei suando e atendi. Era a Angélica e a amiga. Mandei que subissem.

A campainha tocou, gritei para que entrassem.

- Olá, até que enfim chegou a Margarida hihihi.

- Você já está bêbado gracinha?

- Mas é claro baby, qual o motivo de beber se não ficar bêbado?

- É claro amor, essa aqui é a Bia.

- Oi. Disse eu.

- Oi ela me disse.

- Olá bia. Gritou Samuel lá do fundo.

Bia era alta, magra e muito atraente, vestia um vestido xadrez e usava all star vermelho surrado, tinha cabelos loiros na altura dos ombros e seios fartos, Angélica estava de shorts blue jeans, usava all star também só que branco e vestia uma regata do Hole, carregava uma bolsa no ombro e também estava bastante atraente.

- Tem cerveja na geladeira?

- Tem sim, vou pegar.

Peguei duas latas e levei para as garotas, e ficamos conversando.

- Quer dizer que você vai virar professora Angélica?

- Sim gracinha.

- Vai ensinar às crianças e ficarem chapadas e escutar boas músicas?

- Seria uma boa, mas falando sério estou curtindo bastante, claro que sempre que possível mato aulas para beber, mas estou pela primeira vez na vida me dedicando a algo que não seja o de sempre me manter bêbada.

- Hahahaha que bom fico realmente feliz por você baby, é bom quando encontramos algo há que podemos nos dedicar, eu ainda não encontrei, tenho um emprego que me paga bem, mas que não me deixa feliz, vou por pura obrigação, vou porque tenho que pagar minhas contas, mas mudei meu horário para o noturno, entro às 22 horas e saio às 6 da matina, assim não tenho que ver e agüentar muitas pessoas.

- Você continua não gostando de pessoas?

- Não é que não gosto boneca, só que prefiro me manter longe delas para não ouvir conversas sobre esmaltes, e novelas e tudo mais, gosto de papos mais evoluídos.

- Como política, por exemplo? Perguntou-me Bia quebrando um pouco o silencio em que se encontrava.

- Baby, eu não voto há seis anos, me recuso a votar em pilantras, depois vou ao cartório e pago a multa, assim meu CPF fica sempre em dia.

- Mas gracinha, assim você não tem o direito de reclamar de porra nenhuma. Falou Angélica dando uma cruzada de pernas que me encheu de tesão e malicia.

- Boneca. Disse eu apontando para o rosto dela e já falando mole devido às bebidas. – Eu Jamais reclamo e converso sobre política, isso é sujo demais até para mim, não tenho estomago para isso.

- Mas... Interrompi o questionamento que provavelmente iria vir e disse para bebermos, peguei 3 latas, uma para cada um do circulo de bater papo, eu Angélica e Bia, fui até meu quarto coloquei meu chapéu panamá de bater papo, voltei a sala e procurei Los Hermanos no meu iPod, coloquei o disco Ventura para tocar e logo começou o suave e relaxante som de Samba A Dois, e ficamos curtindo o som e falando inúmeras bobagens, falamos sobre música, o que não me fazia sentir muito bem, pois Angélica conhecia muito mais de qualquer ritmo musical do que eu, mas prosseguimos bebendo drinks e fumando cigarros, bebemos muita Vodca e cervejas também cheiramos um pouco de cocaína que Angélica havia trazido. Não sou fã de drogas, mas por Deus de vez em quando todos merecem relaxar de formas alternativas. Samuel levantou e se juntou a nós, eu e Angélica ficamos conversando e em menos de 15 minutos ele arrastou a Bia para um dos quartos, olhei para o lado e vi Pedro já bem entretido com a Fernandinha, ele estava com a rola para fora e ela punhetava ele enquanto se beijavam, olhei para a Angélica que me agarrou e me levou para o quarto, nesta hora estava tocando Cara Estranho, entramos no quarto entre risadas, apertos e beijos, ela me jogou na cama, começou tirando minhas calças, pois eu já estava descalço desde antes dela chegar, quando tirou minha calça eu já estava nu, pois no meio da bebedeira já havia arrancado minha camiseta e não estava usando cueca por causa da assadura, ela deu um sorriso e vendo o meu membro totalmente rígido, abaixou-se e começou a fazer uma gulosa fantástica, me lembro que um pouco antes de nos conhecermos ela me disse que adorava chupar, e, diga-se de passagem, não só gosta como sabe fazer, ela me mandou sentar, como um bom garoto obediente, me sentei, ela sentou em meu colo, encaixou minha piça dentro dela e começou a cavalgar, como estava sob forte efeito de álcool e drogas, demorei muito alem do normal para gozar, e neste meio tempo ela deve ter gozado umas 3 vezes, gozei dentro dela e tirei “ele” de dentro, ela sorria na cama, me dizendo o quanto foi bom, me levantei nu e sai do quarto, vi Pedro comendo a Fernandinha de quatro no meu sofá.

- Se você sujar essa porra eu te mato! Disparei em direção a eles com o dedo indicador levantado.

Fui até a cozinha, peguei uma lata de cerveja, abri e dei uma boa talagada, voltei para sala vedo aquela cena de filme de sexo explicito acontecendo no meu lar, dei risada, a Fernandinha era uma delicia, trepava de forma bem bacana.

Fiquei parado na frente deles olhando por algum tempo.

- Posso participar? Perguntei.

Pedro riu e Fernandinha pediu para que eu coloca-se minha piça em sua boca, atendi ao pedido e enquanto era chupado tomava minha cerveja tranquilamente, em 5 minutos gozei, enchi a boca dela de porra.

- Haaaaaa, que delicia baby, uhhhhhh!

Ela olhava direto nos meus olhos com a boca cheia de porra sem saber o que fazer, senti que ela pedia para eu deixá-la engolir tudo, e não posso negar um pedido com o olhar.

- Engole, não cuspa no meu sofá heim.

E ela engoliu dando risada sai da sala e deixei os dois continuarem a foda, estava cansado, e minha assadura voltava a incomodar, me joguei na cama ao lado de Angélica que estava apagada e dormi. Acordei, olhei para o lado e vi Angélica nua deitada ao meu lado, me levantei e percebi que lá fora o sol já estava bastante forte, estava com uma puta dor de cabeça, fui ao banheiro e enfiei minha cabeça embaixo da torneira, sequei o rosto, tomei um anador e abri uma lata de cerveja, todos já haviam ido embora, somente a bia estava no outro quarto, pois ela havia chegado junto com a Angélica, Bia se levantou e estava extremamente linda, foi ao banheiro mijar e lavar o rosto, mijou de porta aberta sem o menos pudor, isso foi bacana, de dentro do banheiro me pediu uma cerveja, levei e ficamos proseando. Ela estava com a cara bem amassada da noite de sono e sexo, os cabelos em total confusão e bagunça, mas ainda sim se mantinha bastante atraente. Liguei o iPod e engatei um Tim Maia logo cedo para relaxar e ver se a cabeça amenizava, estava parecendo que tinha 1 saco de cimento em cima da cabeça, ela pesava toneladas, os olhos marejavam cada vez que eu olhava para a luz do dia, diabos, a noite foi bastante pesada, estava com certeza ficando velho para algumas coisas, e com certeza a vida de libertinagem já me deixa destruído no outro dia, Angélica levantou e foi direto ao banheiro, como uma dama, fechou a porta e fez suas necessidades, saiu após alguns minutos e se juntou a nós

- Marlon, você é brega demais querido.

- Por que diabos?

- Você tem um telefone no seu banheiro, e escuta Tim Maia pela manhã.

- Baby, eu passo muitos bons momentos no meu banheiro, então se alguém me ligar poderei atender fazendo necessidades, e Tim Maia, é o cara.

- Gosto é gosto.

Esquentei nosso café da manhã hiper saudável no forno, pois não tenho microondas, o menu estava servido, um saudável desjejum de cerveja e pizza amanhecida requentada, comemos falando o quanto Frank Sinatra era genial e tinha um belo gogo, Angélica achava brega gostar de Frank Sinatra.

- Corações, Frank Sinatra era um gênio, porque Elvis é o Rei e Sinatra é o Brega, todos eram brega, o mundo é brega, o Queen foi brega, o Axl Rose foi brega, Kerouac foi breguerrimo, tudo que é bom tem uma pegada brega.

- Sexo não é brega. Disse Bia.

- Mas é claro que é coração, sexo é algo extremamente brega, algo sofrido, algo que nos trás severas conseqüências.

- Como o que por exemplo? – me questionou Angélica.

- Relacionamento, filhos, prisão, responsabilidade e muitas outras coisas que posso falar durante horas.

- Hahahaha nisso você tem razão.

- Sempre tenho boneca.

- Vamos embora bia? – disse Angélica.

- Vamos sim.

- Corações fiquem, minha casa é meu templo, se quiserem ficar que fiquem e bebam e foderemos de noite e cantaremos e discutiremos sobre música.

- Gracinha, tenho que ir mesmo, gostaria de ficar, mas não vai rolar.

- Tchau escritor, foi um prazer.

- Tchau Bia, te cuida boneca. Disse eu dando um tapinha na sua bunda.

- Seu safado. Me disse Angélica rindo.

- Por Deus baby, somos todos amigos não é!

Risos rolaram, elas pegaram suas coisas e foram embora. Finalmente sozinho, fui à geladeira e abri mais uma cerveja, minha barriga começou a dar claros sinais de destruição interna, passei rapidamente pela sala, coloquei Frank Sinatra no iPod e aumentei o volume do meu Dock no máximo e fui cagar, enquanto sentia a bosta caindo, ouvia ao fundo o som de Fly me to the moon.

Fly me to the moon and
Let me play amoung the stars
Let me see what spring is like
On jupiter and mars
In other words, hold my hand
In other words, baby kiss me
Fill my heart with song and
Let me sing for ever more
You are all I long for
All I worship and adore

E aquela noite foi extremamente decente e agradável, pois matei trabalho e resolvi ficar em casa bebendo sozinho e vendo algum programa de tragédias.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Desanimo

Rostos cinzentos, desanimo, desilusão, medo, raiva, frustração.
Preciso de folga da minha vida.
Preciso dormir! Porem amanhã terei mais um dia de trabalho.

Passos apressados, medo do atraso, olhar sem brilho, opaco, distante.
Nem a bebida mais me anima.

Festas me cansam, noites em claro com a coberta só abaixo dos olhos.
Porem amanhã vou ter que levantar cedo e fazer tudo de novo.
Pois ainda terei mais um dia de trabalho...

sábado, 26 de junho de 2010

Ceifeiro

Um drink na mão;
Mais uma vez solidão.
Dor, medo, frustração.
É a idade batendo à minha porta.
A foice da morte se aproxima.
Sinto cheiro de enxofre, cheiro de carne queimada.
Não quero ir!

Ouço passos.
A campainha soa de forma amedrontadora;
Me escondo atrás do meu sofá velho, viro meu drink de uma talagada só.
A campainha torna a soar.
Coloco meu copo no chão, me levanto, como vai ser tudo isso?
Abro a porta e aceito meu destinho.
Todos temos que partir.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Texto de latrina!!!

Qual o motivo da vida ser tão difícil?
Temos muitas opções, umas são fáceis, outras nem um pouco.
Descobri há pouco tempo que sentar na latrina e escrever me deixa mais inspirado.
Nada como um troço caindo e idéias surgindo.
Alucinação, ressaca, noites mal dormidas, bucetas mal comidas.
Empregos mesquinhos e pobres, salários de fome.
Rostos cinzentos me acompanham.
Aromas de banheiros de botecos presos aos meu olfato.
Noites mal dormidas, xoxotas mal comidas.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Cada momento é uma ocasião especial.

Uns dizem que eu estou ficando velho...
Ainda não acho isso, mas realmente sinto meu fôlego indo embora rápido demais;
Realmente quando acordo, acordo mais e mais cansado.
Me apego na bebida e cigarro, sei que não me faz bem, mas assim consigo ficar de pé!!!

Escrevendo como nunca, tentando largar vícios antigos, e de volta para coisas que sempre me fizeram bem.
Velhos hábitos não mudam nunca, só os controle e não deixe ser pego de calças curtas por eles.
Pois bem, dane-se a opinião dos outros, não deixe a vida passar, VIVA HOJE.
Cada momento é uma ocasião especial.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O maior romance já escrito.

Estava sentado na minha cadeira em frente ao computador a pelo menos umas 3 horas, às palavras fluíam com uma inimaginável desenvoltura, eu sabia que era um gênio, eu sabia que seria o maior gênio deste século, que meu romance seria a bíblia dos bebuns, e era isso que queria, a cada vez que repassava às palavras ria e ria alto, cada vez mais feliz com a proximidade da perfeição que um escritor genial pode ter, eu seria comparado a Bukowski, Kerouac, Hemingway. Eu seria o escritor do novo milênio, um gênio reconhecido em vida e que após a morte iria deixar um legado de bons textos para as futuras gerações (se é que irá ter futuras gerações), não estava escrevendo um romance sobre um vampiro que se apaixona por uma humana, argh isso me causa profundo desanimo, mas estava escrevendo um romance cheio de humanidade, a mais pura decadência humana, o maior lixo da sociedade atual. Eu sou beat.

Terminei o capitulo que me tomou algumas horas do dia, peguei meu Maço de Lucky Strike, fiquei observando o circulo prateado que dividi o filtro do tabaco tostado e cheiroso daquele que com certeza era o meu cigarro favorito e o acendi expelindo uma fumaça azul para o teto pouco iluminado da minha sala, e me deixei viajar por pensamentos sexuais.

Imprimi às folhas que havia escrito, grampeei o papel e desliguei meu notebook, pronto, mas páginas para meu romance, li às mais de 30 páginas escritas e tive uma séria dificuldade em achar um final digno para o meu personagem, odeio voltar atrás nos textos e arrumar qualquer parágrafo, portanto fico colocando meu personagem em situações inusitadas e não sei como tirá-las, e não iria voltar e reescrever o que quer que fosse. Portanto meu romance já passava das 250 páginas e eu ainda não havia imaginado um final, mas sabia que aquele livro seria minha obra prima, o retorno da geração beat, ou melhor, uma nova geração beat. Apaguei meu cigarro num copo d’água e fui para a cozinha pegar algo para beber, peguei uma latinha de cerveja, abri e matei em uma única talagada, abri a geladeira novamente e peguei outra, abri e essa tomei lentamente para apreciar o sabor, sentei no sofá, liguei no telejornal e fiquei vendo às noticias sobre às catástrofes da terra, meu telefone tocou, levantei para atender, olhei na bina e vi que o número era do meu editor.

- Alo.

- Diga Jean-Paul! – esse era o maldito nome do meu editor, um Frances baitola mas boa gente.

- Ô Marlon meu querrido, como vai? – (o sotaque dele me irrita.)

- Bem meu maquereaux* o que você manda? – (* Maquereaux – cafetão em francês)

- Orra meu carro querro noticias sobrre o maior sucesso desde On The Road!

- Está fluindo.

- Como assim fluindo? Non está pronto?

- Claro que não, sou um gênio, vai ficar pronto no seu devido tempo.

- Clarro, jamais vou querrer atrapalhar sua criatividade.

- Ótimo, agora preciso descansar e colocar minha mente brilhante para descansar.

- Ok querrido, até logo.

- Passar bem.

Desliguei, voltei para minha cervejinha e para meu telejornal, precisava de uma tiriça para meter essa noite, mas estava sem disposição alguma para caçar, porem de qualquer forma precisava de uma trepada fumegante e dormir enrodilhado e satisfeito.

Estava completamente entediado e enjoado e enojado de tudo e de todos, não agüentava ver mais às mesmas caras cinzentas dos meus vizinhos, não agüentava mais ouvir a campainha do meu telefone, queria apenas apreciar a vida com algumas garrafas na geladeira, caneta e papel e talvez muito talvez ovos e presunto para petiscar. Fui dormir, meu dia estava um tédio completo e resolvi que no outro dia iria acordar cedo e continuar com meu maravilhoso romance, e que finalmente encontraria um final para o meu personagem. Tirei minha roupa, fiquei nu e fui me deitar, apaguei em questão de minutos.

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Enfim terminara meu romance, enviei para o meu editor que logo viu que era um texto genial, ele me ligou e me disse “ vou te colocar no programa do gordo, teu romance irá virar Best Seller, Oh, Uh, mon dieu como estou feliz, o gordo é meu chegado, você vai no progrrama dele, mon dieu que dia bom” e eu só dizia “ é claro que é bom me tomou muito tempo, às palavras fluem do meu cérebro para às mãos e posteriormente teclado” e ele voltava a dizer “ mon dieu, mon dieu, mon dieu” e eu precisava de um trago. Estava feito o maior romance de todos. O grande gênio (eu) havia escrito um grande romance sobre um delegado que se apaixona pela prostituta que é presa toda semana pelos seus soldados.

Enfim, após umas seis semanas recebo a ligação do Jean-Paul.

- Pronto fisemos a impreçom do seu livro, serra distrribuído hoji pela editorra. – (o sotaque totalmente carregado é claro) – estou te enviando cinco cópias e querro te convidar para uma festa da editora.

- Não sei se quero ir a uma festa!

- Voxe serra o grande astro!

- Não sei Jean-Paul.

- A bebida serra de graça!!!

- Uh ok vou pensar, quando é a festa?

- Oh mon dieu, non tinha falado dia, hihihi, serra amanhã às 23 horras, aqui no meu prédio no centro.

- Ok vai ver eu apareço por ai.

Não sou o maior fã de festas que existe na terra, mas bebida de graça, topo de qualquer jeito, teria que ir e beber todas que fosse possível, geralmente essas festas são bastante chatas, mas depois de eu beber muito costumo dar algum vexame e acaba sendo divertida no final das contas.

No outro dia sai de casa 22 horas, peguei o metrô na estação Paraíso e fui em direção ao centro, em 30 minutos chegava finalmente ao prédio da editora, havia um gorila na porta que pediu meu documento, eu dei minha habilitação já vencida há dois anos e ele me deu passagem. Eu estava de terno e gravata, usava uma gravata vermelha e um chapéu panamá, tenis All Star vermelho para combinar com minha gravata, ou seja, estava muito bem vestido para a ocasião, peguei o elevador e desci no 18º andar, toquei a campainha, um homem com cara de proletário do norte bem vestido me atendeu, e me mandou entrar, entrei e logo de cara vi um garçom passando com taças de vinho peguei uma e virei num único gole. Jean-Paul me avistou e acenou, fingi que não o vi, mas ele veio até mim.

- Ô meu grande gênio!

Eu disse "olá" e fiquei olhando para os olhinhos pequenos e redondos dele, ele usava roupas engraçadas e um sapato branco e vermelho, lenço no pescoço e fumava um cigarro com cheiro de cereja, ele me abraçou e pediu que eu o acompanhasse até um grupo de pessoas, passei no bar antes e preparei um whiskey “mijado” (para o leitor que não sabe o que é isso, é um copo com dois dedos d’água e quatro de whiskey) tomei um bom gole e preparei outro, não estava acostumado a whiskey bom, a garrafa era de Ballantine’s. Conheci algumas mulheres interessantes que ficaram me fazendo inúmeras perguntas sobre meus livros anteriores e de onde vinha minha inspiração para escrever todos aqueles textos, eu respondia que vinha da vida, que quando se é um duro e passa algumas necessidades é possível extrair o máximo de coisas boas e passar para o papel, então uma delas que tinha um nome engraçado, acho que era Julina me disse “ mas então hoje você não escreve mais como antigamente, hoje você é famoso, é tudo balela agora” e eu retruquei “ mas é claro que é balela, não passo mais fome, tenho dinheiro para os meus drinks e me visto bem, mas algumas coisas continuam em seus devidos lugares como morar em um apartamento pequeno, não ter carro, e continuar indo a botecos, e pegando prostitutas baratas e sem a menor classe, a grande diferença é que hoje não peço mais bebida e fujo quando o balconista se vira, hoje sento e pago o que bebo” e todo mundo achou minha declaração maravilhosa e diziam umas para as outras “ oh mais ele é deslumbrante, tem a face bonita, fala bonito” e eu empurrando cada vez mais bebida para dentro, após umas 2 horas de bebidas e falácias chamei uma negra alta e com um cabelo Black Power para dançar salsa, dançamos e eu fiquei roçando meu pinto nela, e apalpando sua bunda e coxas e ela nem ligava e sussurrava no meu ouvido “ sempre me masturbo lendo seus poemas” e eu dizia que se ela quisesse poderia ter meu pinto por uma noite e ela ria um sorriso franco, doce, quase angelical e meu pinto cada vez mais duro roçando na sua perna e todos em volta percebendo, pois calça social e ereção definitivamente não andam juntas, e todos riam e eu bebia e bebia e me divertia.

A negra se chamava Naila, tinha um corpo maravilhoso e seu traseiro era deslumbrante, coxas perfeitas e um gingado fantástico, estava afim de mim e eu estava afim dela, mas o whiskey não me deixava chegar junto e convida - lá para ir a minha casa, a bebida era de graça, e eu tinha que beber, às vezes beber é melhor do que foder, a bebida no máximo te deixa de ressaca no outro dia e apenas um único dia, a foda pode te dar uma dor de cabeça para o resto da vida, e cada vez que eu virava um copo e olhava para o alto via aquela cara negra me olhando e me convidando para o prazer eu quase podia ouvir seus pensamentos “vamos transar, vamos ter filhos e vamos nos casar e ter uma vida decente e digna, com drinks, poesias e boa música” e isso me excitava me amolecia, me fazia sentir um adolescente cheio de cravos e tesão. Que se danem os malditos puritanos eu queria a Naila, e sentia que ela me queria, enchi mais um copo e caminhei em sua direção.

- Baby eu te amo! E disse.

Ela riu e me respondeu: quer foder agora?

Eu não acreditava no que ouvia, fiquei com cara de tonto, às coisas nunca foram tão fáceis para mim, mas agora estavam sendo, eu realmente havia me tornado algo importante, sabia que aquela mulher não me queria, que aquela mulher queria o escritor que eu sou, mas como não me prendo a detalhes a desejei e aceitei seu convite com um olhar espontâneo e misterioso de como quem diz “ vou te rachar no meio boneca”.

- Vamos me segue. Ela me dise no ouvido e passou sua língua em minha orelha como pré sinal do acasalamento que iríamos ter.

Eu a segui sorrateiramente, entramos em uma sala pequena, ela tirou meu pinto para fora se abaixou e chupou até endurecer, depois de lubrificar meu pinto com sua saliva, ela levantou seu vestido, tirou a calcinha e ficou de costas para mim, a comi durante um bom tempo, senti que ela gozou duas vezes porem eu estava bêbado e não conseguia gozar, no fim tirei meu pinto mandei que ela se abaixar e esporei todo o meu sexo na boca dela, ela gostou abriu a boca e me mostrou que não havia sobrada nada, que havia engolido tudo. Se eu fosse um pouco mais “forte” daria outra, mas não iria conseguir, nos vestimos e saímos, fui direto para a mesa de whiskey, e Jean-Paul me pediu para parar de beber por inúmeras vezes, estava dando vexame, estava sendo o centro das atenções (costumo ser quando bebo) e podia ouvir falácias de todos os tipos contra a minha atitude, alguns riam, mas aquilo por fim acabou me deprimindo (lembrei que não tinha pego o telefone daquela garota e nem tinha passado o meu), fiquei jururu, me abaixei no canto e peguei no sono o sono dos bêbados.

Acordei deitado num canto frio, olhei para cima e vi que o dia estava claro através de uma das janelas, olhei no relógio 6:20 da manhã, me levantei e fui ao banheiro, olhei para mim e vi que estava com a gravata amarrada na testa, com o blazer amarrado na cintura e a camiseta aberta, meus sapatos tinhas respingos de vômitos e eu não via mais minhas meias, não lembrava absolutamente nada do que havia acontecido, via flashes esporádicos de algumas coisas que havia feito, sabia porem que a noite fora agradável (para mim pelo menos, quanto aos outros convidados pouco estou me lixando), deu uma mijada, lavei as mãos, arrumei na medida do possível minhas roupas e sai do prédio, peguei um taxi, estava com a cara péssima, um verdadeiro lixo humano, a corrida do centro até minha casa foi bastante agradável, olhava pela janela e via pessoas passeando com seus poodles, mendigos dormindo em praça e bêbados de ressaca por todos os lados, isso fez com que eu não me sentisse sozinho afinal. Cheguei em frente ao meu prédio, paguei a corrida, entrei em casa, fui tirando a roupa e jogando tudo no sofá, fiquei somente de cuecas, mexi na estante de CDs e coloquei Los Hermanos para tocar e fui tomar um banho rejuvenescedor, minha cabeça latejava, no meio do banho desliguei o chuveiro e dei uma cagada, pensei que estava cagando até meu coração, mas enfim vomitei durante o banho e quase 1 horas depois de ter entrado no banheiro sai, rejuvenescido, eu era um predador fumegante, com uma mente jovial e transcendental, eu estava a frente do tempo, eu era a modernidade eu sabia o que estava acontecendo e o que iria acontecer, era um franco atirador no ápice da sua mira eu me recuperava rápido de qualquer forma de indisposição.

Fui até a geladeira peguei uma cerveja, fui até a porta e peguei o jornal que o porteiro sempre deixava, abri e li um texto sobre mim e sobre meu livro, gostei da critica e resolvi sair para beber, peguei minhas chaves, minha carteira vesti uma boa roupa, coloquei meu chapéu de conversa e resolvi que aquele seria um dia decente.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Como o tempo é!

Como o tempo é,
como às coisas são.
O tempo deixa marcas
e a rua deixa nada.
Prefiro viver sonho,
pois sonho é uma festa.
O que eu tenho de melhor
você acha que é o pior.

Você se fecha no seu mundo
fica no escuro e nem me dá vazão.
Bate contra o muro mas vê que não é duro e não tem explicação.
Nosso amor está perdido ainda somos amigos e não tem mais salvação.