Abri os olhos, respirei, a falta de ar tomava conta de mim,
senti meu peito completamente cheio de catarro, meus pulmões pareciam muito mais
com o chiar de uma rádio em troca de estação, estava suado, expelindo todo o
álcool e nicotina do meu corpo, meu lençol estava úmido. Uma luz fraca passava
por uma fresta da janela que eu não havia fechado direito de noite, tentei
levantar, senti tontura e um enjôo muito forte, o vômito subiu até minha boca,
fui forte e engoli tudo de volta, senti que o cheiro da minha boca estava uma
catástrofe, fedia a cu de mendigo, era sofrível a sensação, consegui com muito
esforço levantar, estava apenas de cueca, acendi um cigarro, dei a primeira
tragada e tossi como se estive morrendo. – “Em nome de Deus eu estava
completamente fodido” – pensei. Corri para o banheiro, levantei a tampa e
vomitei, vomitei muito, eu sentia contrações horrendas na barriga, acho que
aquela dor foi o mais próximo que já cheguei da morte em toda a minha vida.
Terminei, dei descarga, abaixei a tampa da latrina, acendi a luz, abri a
torneira, peguei a pasta, peguei a escova, escovei os dentes, fechei a
torneira, sequei o rosto, apaguei a luz, dei um peido, sai e fechei a porta.
Fui para sala, acendi outro cigarro, o outro havia sido deixado no cinzeiro
quando fui vomitar e havia sido consumido pelo tempo gasto no banheiro. Expeli a
fumaça azulada do meu Lucky Strike Click Roll, me senti vivo. Fui até a
cozinha, tomei quase 1 litro de água numa única talagada, a ressaca estava
pesada aquele dia, nem ao menos me lembrava como havia conseguido chegar em
casa, como sempre, os DEUSES sabem o que fazem e colocam os pobres diabos
sofridos e proletários em sua cama depois de algumas bebidinhas. Pois bem,
notei 4 latinhas de Itaipava na geladeira, peguei uma, abri dei uma boa
talagada, soltei um peido e disse amém.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
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